Panorama da Saúde Mental: 50% se sentem pouco atraentes, afetando bem-estar emocional e aumentando risco de depressão, segundo AtlasIntel, que estuda fatores que influenciam bem-estar psicológico e dinâmica das redes.
O uso excessivo de redes sociais tem um impacto significativo na saúde mental de milhões de brasileiros, revelando uma conexão direta entre essas plataformas e o bem-estar psicológico da população. O estudo Panorama da Saúde Mental 2024, realizado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, trouxe à tona essa preocupante relação.
De acordo com o estudo, a exposição constante às redes sociais e outras plataformas digitais pode levar a um aumento no estresse, ansiedade e depressão. Além disso, a comparação social nas mídias sociais pode criar uma sensação de inadequação e baixa autoestima, afetando negativamente a saúde mental dos usuários. É fundamental encontrar um equilíbrio saudável entre o uso das redes sociais e a vida real.
Redes sociais: um panorama preocupante
O uso intensivo de plataformas sociais está relacionado a 45% dos casos de ansiedade em jovens de 15 a 29 anos, de acordo com um levantamento recente. Além disso, 65% dos entrevistados enfrentam dificuldades emocionais em algum grau, o que sugere um impacto abrangente e preocupante. A preocupação com o uso de redes sociais vai além da ansiedade, pois jovens que passam mais de três horas por dia em plataformas digitais têm um risco 30% maior de apresentar quadros de depressão em comparação com aqueles que fazem um uso mais moderado.
A dinâmica das redes sociais, que enfatiza a exibição de momentos perfeitos e conquistas, contribui para uma distorção da realidade. Para muitos jovens, a percepção de sucesso e felicidade alheios cria uma pressão para alcançar padrões muitas vezes inatingíveis. Além disso, a dependência de validação externa é mais pronunciada entre adolescentes e jovens adultos, que ainda estão em fase de formação de identidade e são mais suscetíveis a julgamentos.
O impacto das redes sociais na autoestima
A influência do feedback digital na autoestima é outro aspecto significativo do estudo. Cerca de 40% dos entrevistados relataram que sua autoestima é profundamente afetada pelo número de curtidas e comentários que recebem em suas postagens. Essa dependência de validação externa pode criar um ciclo que reforça comportamentos prejudiciais. Quando o feedback é positivo, ele pode proporcionar um alívio temporário, mas quando é negativo ou inexistente, a autoestima sofre um abalo considerável.
Especialistas apontam que essa dependência impacta a autoconfiança e a resiliência dos jovens, comprometendo sua capacidade de lidar com críticas e desafios na vida real. Além disso, o estudo destaca que as vítimas de bullying virtual apresentam um aumento de 35% nos casos de retração social e dificuldades de interação.
O bullying virtual: um desafio crítico
O bullying virtual, um dos desafios mais críticos da era digital, afeta 27% dos jovens brasileiros, segundo o Panorama da Saúde Mental. Os efeitos do cyberbullying são duradouros e, muitas vezes, mais severos do que o bullying presencial. Por ser constante e difícil de se escapar, essa forma de violência impacta não só a saúde mental, mas também o comportamento e o desempenho acadêmico dos jovens.
O ambiente virtual permite anonimato, facilitando a disseminação de ataques que podem ser mais intensos e difíceis de controlar. Além disso, o estudo destaca que as vítimas de bullying virtual apresentam um aumento de 35% nos casos de retração social e dificuldades de interação. Esses efeitos podem levar ao isolamento que prejudica o desenvolvimento pessoal e profissional a longo prazo.
A saúde mental em diferentes faixas etárias
A saúde mental varia de acordo com as faixas etárias, conforme apontado pelo estudo. Jovens de 15 a 24 anos registram os índices mais baixos no Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM) — uma métrica que avalia o bem-estar psicológico geral com base em múltiplas dimensões, como emoções, comportamento e relações sociais. Em parceria com a AtlasIntel, o estudo destaca a importância de considerar os fatores que influenciam a saúde mental em diferentes faixas etárias.
Fonte: @ Veja Abril
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