Empresa terá site de buscas com campo de contexto para diálogo entre duas pessoas, anunciado na quinta-feira.
A proprietária do ChatGPT revelou, na quinta-feira (25), sua própria ferramenta de busca, o SearchGPT, que permitirá aos usuários realizar pesquisas de textos, sites e imagens por IA. O site, que será separado do ChatGPT, será como um ‘Google da OpenAI’: uma plataforma com uma barra de pesquisa para que os usuários possam inserir suas perguntas e receber respostas por meio de inteligência artificial (IA).
As semelhanças, no entanto, devem terminar por aí. O SearchGPT promete trazer uma nova experiência de busca, com recursos avançados de inteligência artificial para fornecer respostas precisas e relevantes aos usuários. Com essa nova plataforma, a empresa busca expandir suas capacidades e oferecer uma gama mais ampla de serviços, indo além do ChatGPT e explorando novas possibilidades no mundo da IA.
IA: O Futuro da Pesquisa na Web
Segundo a empresa, um dos recursos que a ferramenta traz é um campo de contexto. Em outras palavras, a cada nova busca, a ferramenta acumula o conhecimento de buscas anteriores, algo que se assemelha ao diálogo entre duas pessoas, uma extensão do que seria uma conversa com o ChatGPT, por exemplo. O recurso anunciado pela OpenAI é resultado de uma fórmula que parece imbatível atualmente, afirma o professor Fábio de Miranda, coordenador do curso de Ciência da Computação do Insper: inteligência artificial e informações produzidas por pessoas reais.
X muda configurações de uso de dados para treinar IA sem avisar usuários Google adota medidas para contornar alucinações de IAs; veja o que mudou. A estratégia de juntar primeiro informações reais e pedir para o LLM ou IA resumir está se consolidando como vencedora. As matrizes do GPT 3.5 tinham 175 bilhões de números, as do GPT-4 têm 1,5 trilhão, mas ele ainda alucina, inventando fatos, afirma Miranda.
Usar um mecanismo de busca mais clássico e depois uma IA parece ser o caminho para oferecer um bom serviço de pesquisa. Eduardo de Rezende Francisco, do departamento de Tecnologia e Data Science (TDS) da FGV EAESP, concorda que a entrada da OpenAI no ramo reforça a nova receita para uma outra geração de buscas na web. Esse parece ser o princípio que vai guiar toda essa onda de buscadores inteligentes, como o Google AI Overview e agora o SearchGPT. Isso vai significar uma mudança radical na forma como as pessoas buscam coisas na internet, explica Francisco.
A tendência, que pode ser o início do que veremos em todos os buscadores no futuro, é também um marco para a empresa de Sam Altman em relação a informações em tempo real: quando o ChatGPT foi lançado, em novembro de 2022, ele continha informações apenas até setembro de 2021. Outras versões lançadas posteriormente também não acompanhavam as atualizações e estavam sempre atrás no conhecimento que poderiam utilizar. Agora, com uma janela temporal que se atualiza todos os dias, a OpenAI pode superar essa barreira ao trabalhar com informações em tempo real e orgânica com as buscas na internet. É esse elemento que deve virar o jogo para a empresa.
Significa mais utilidade para o usuário final, e marca uma admissão pela OpenAI que não dá para confiar 100% na informação mesclada que ficou armazenada na IA durante o treinamento, afirma Miranda. Agora que parece estar claro que não vai haver grandes saltos de capacidade das IAs todo ano, o caminho parece ser projetar os sistemas de forma mais esperta. Está se consolidando uma engenharia de IA.
De acordo com imagens da empresa, os resultados das pesquisas no SearchGPT não são apresentados em uma lista de links, como já faz o Google. As respostas são agrupadas e mais organizadas. Nos exemplos, a empresa ainda mostra que, para cada texto gerado por uma pesquisa, links de referência original do conteúdo serão mostrados. O uso da IA nas pesquisas não é inovação da OpenAI. O Google lançou neste ano o AI Overviews.
Fonte: © CNN Brasil
Comentários sobre este artigo