O cenário econômico mudou desde o início do ano. Recomenda-se investir na bolsa e considerar aumento dos juros pelo Banco Central.
No início do ano, a situação prevista para a bolsa de valores brasileira era bem distinta da atual. As expectativas eram de um ano favorável para ações, devido à possibilidade de uma queda expressiva nos juros. Agora, contudo, a realidade se mostra outra no cenário econômico nacional.
Em meio ao terceiro trimestre, os investidores se deparam com um panorama alterado. A volatilidade das taxas de juros tem influenciado o mercado financeiro e as estratégias de investimento. É necessário estar atento às tendências e movimentos para garantir uma atuação adequada diante do juros em constante transformação.
Juros em Pauta: Cenário Atual de Taxas de Juros
As perspectivas, quem diria, são de um aumento dos juros por aqui. Mas engana-se quem pensa que, por isso, a bolsa já não tem atratividade. Após bater recorde no ano, analistas acreditam que ainda há motivos para seguir otimistas com ela.E a razão vem lá de fora: os juros mais baixos nos Estados Unidos podem beneficiar o Ibovespa. Primeiro, é preciso entender que Brasil e Estados Unidos estão em um momento econômico bem diferente. E os dois cenários também têm consequências distintas para o mercado financeiro.
No Brasil, após um começo de ano tranquilo, com alta dos preços aparentemente sob controle, a força da atividade econômica desenhado bolsa fez com que a inflação voltasse a assustar. E assustou a ponto de o Banco Central considerar um aumento dos juros. Mesmo com o IPCA-15 mostrando uma desaceleração, não foi o suficiente para trazer alívio, conforme apontou o próprio Roberto Campos Neto, presidente do BC. E o futuro presidente, Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária que assume o cargo a partir do fim do ano, também já deu indícios de ser favorável a uma alta dos juros.De quebra, os dados econômicos que se seguiram ao indicador também não foram muito animadores. O Caged mostrou que o mercado de trabalho segue aquecido e, portanto, as pressões inflacionárias continuam. Enquanto isso, os Estados Unidos fizeram um caminho oposto.
No começo do ano, a economia mostrava resiliência (e, consequentemente, mais pressão inflacionária). Recentemente, no entanto, indicadores econômicos mostraram um arrefecimento da economia, o que significa que a inflação pode estar sob controle.Assim, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já sinalizou que um corte de juros deve acontecer já na reunião da próxima semana. Como bem se sabe, o aumento e o corte dos juros têm efeitos diferentes nos investimentos.
Se os juros sobem (como é possível que aconteça no Brasil em breve), os ativos de renda fixa passam a ter mais atratividade. Isso porque seus rendimentos são atrelados aos juros. Portanto, se os juros estão mais altos, sua rentabilidade também está.A bolsa, por sua vez, passa a ser preterida. Afinal, por que se arriscar nela se a renda fixa está pagando mais? Portanto, uma Selic maior seria suficiente para afugentar investidores do Ibovespa e puxá-lo para baixo, certo? Não necessariamente.
Segundo analistas, é possível que o corte de juros nos Estados Unidos ajude a bolsa brasileira. Assim como um aumento de juros favorece a renda fixa e penaliza a bolsa, um corte nos juros faz o contrário. Nos Estados Unidos, as taxas devem começar a cair já na próxima semana. Isso significa, então, que o apetite ao risco dos investidores deve aumentar, já que a rentabilidade da renda fixa americana deve diminuir…
Fonte: @ Valor Invest Globo
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