Iniciativa brasileira combate septicemia, que mata até 60% dos pacientes, com conscientização e treinamento em unidades de terapia intensiva para evitar infecção generalizada e falência dos órgãos durante a hora de ouro.
O receio é uma reação instintiva e compreensível quando a família é informada de que um ente querido precisa ser transferido para uma unidade de terapia intensiva, a UTI. Grande parte desse medo pode ser atribuído ao maior risco de desenvolver uma condição grave, como a sepse, que pode levar a uma infecção generalizada e potencialmente fatal.
A sepse é uma condição médica que pode surgir quando o corpo não consegue controlar uma infecção, levando a uma resposta inflamatória descontrolada. Nesse cenário, a septicemia pode se desenvolver, tornando-se uma doença grave e potencialmente letal. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de alerta para intervir rapidamente e evitar que a condição se agrave. A detecção precoce é fundamental para o tratamento eficaz da sepse.
Entendendo a Sepse: Uma Condição Crítica
A sepse, também conhecida como septicemia, é uma doença grave que ocorre quando o corpo responde a uma infecção generalizada, levando a uma tempestade inflamatória que pode causar falência dos órgãos e morte. É a principal causa de óbitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) brasileiras, e sua natureza crítica é evidenciada pela origem da palavra ‘sepse’, que deriva do termo grego para ‘decomposição’.
A sepse é uma condição complexa que exige um tratamento rápido e eficaz. No entanto, a falta de conhecimento técnico entre os profissionais de saúde e a ausência de uma padronização nos protocolos de atendimento no país contribuem para as 240.000 mortes anuais registradas no Brasil. Além disso, a taxa de mortalidade por septicemia no Brasil é absurdamente alta quando comparada à de nações como Austrália, Reino Unido e EUA.
A Importância da Conscientização e do Treinamento
A iniciativa Jornada Sepse Zero busca mitigar essa ameaça à saúde pública por meio da conscientização e do treinamento de médicos e demais profissionais. A cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, líder do projeto, enfatiza que ‘quanto antes conseguirmos reverter o quadro nos hospitais, mais vidas conseguiremos salvar’. A jornada busca sensibilizar os profissionais que atuam em unidades de emergência sobre a chamada ‘hora de ouro’, os primeiros sessenta minutos que são cruciais para intervir com êxito.
A falta de conhecimento técnico entre os profissionais à beira do leito é um dos desafios da sepse. Uma pesquisa com 307 médicos feita pela empresa Território Saber revela que apenas 65% dos profissionais administram o tratamento correto no período oportuno e metade considera ‘intermediária’ sua qualificação para manejar a situação. Além disso, a ausência de uma padronização nos protocolos de atendimento no país contribui para as mortes anuais registradas.
A Tecnologia como Aliada no Combate à Sepse
A tecnologia, especialmente a inteligência artificial, pode ser uma aliada no combate à sepse. Hospitais nacionais já contam com ferramentas capazes de predizer prováveis exacerbações inflamatórias, o primeiro passo para prevenir a sepse. Além disso, a tecnologia pode ajudar a monitorar os sinais vitais dos pacientes e a tomar ações imediatas com rigidez, o que é fundamental para prevenir a sepse.
A internação não é o fator determinante para a ocorrência da sepse. De acordo com Hajjar, ‘de cada dez pessoas hospitalizadas, sete sobrevivem’. Logo, é um horizonte a ser contornado com padrões de monitoramento dos sinais vitais e ações imediatas tomadas com rigidez. A meta é mais viável com o apoio da tecnologia e da conscientização e do treinamento dos profissionais de saúde.
Fonte: @ Veja Abril
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