Investigações apontam ligação de Brazão com milicianos, controle territorial em áreas ilegais e grilagem de terras no Rio. Mandantes do crime de Marielle teriam infiltrado agente político no PSOL para facilitar ação criminosa.
Hoje, terça-feira, 18, de maneira unânime, a 1ª turma do STF tornou réus pela morte de Marielle Franco o deputado Federal Chiquinho Brazão, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro no Tribunal de Contas do RJ, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
Na decisão, a justiça considerou que há indícios suficientes para levar os acusados a julgamento pelo assassinato da vereadora. Este caso chocou o país e trouxe à tona a necessidade de justiça para Marielle e Anderson, vítimas de falecimento brutal e injusto.
Novas Revelações sobre o Caso dos Assassinos de Marielle Franco
Os três indivíduos foram detidos em março de forma preventiva, com a devida autorização do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito da Operação Murder, Inc., uma ação conjunta da PGR, MP/RJ e PF. A decisão de acatar a denúncia feita por Alexandre de Moraes foi unânime entre os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e a ministra Cármen Lúcia.
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa foram acusados pelo falecimento de Marielle Franco, um caso que chocou o país. Os irmãos Brazão têm uma longa trajetória na política do Rio de Janeiro, com Chiquinho Brazão atuando como vereador por quatro mandatos e posteriormente se tornando deputado federal. Domingos Brazão, por sua vez, ingressou no Tribunal de Contas do Estado após uma carreira como deputado estadual. Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, liderou as investigações sobre o assassinato de Marielle.
Segundo informações reveladas em delação, os mandantes do crime fazem parte de um grupo político influente no Rio de Janeiro. O procurador-geral da República, Luis Augusto Santos Lima, durante sua argumentação, destacou que os irmãos Brazão estabeleceram alianças com milícias na região desde o início dos anos 2000, visando benefícios no mercado imobiliário por meio de práticas ilegais.
A atuação das milícias, conforme apontado pelo MP, envolve a ocupação violenta de territórios para favorecer interesses políticos e econômicos, em um esquema que beneficia os irmãos Brazão. A relação entre os acusados e as milícias é descrita como prejudicial e duradoura, permitindo que apenas candidatos ligados a esses grupos tenham espaço político na região.
Durante a Operação Intocáveis, foi revelado que um oficial da PM, major Ronald, juntamente com outros indivíduos, formou uma milícia local que teve ligação com os irmãos Brazão em campanhas eleitorais passadas. A influência das milícias nas eleições locais é apontada como um fator determinante para o sucesso político dos acusados.
Além disso, o procurador ressaltou que os irmãos Brazão favoreceram milicianos em suas nomeações e mantiveram contatos estreitos com esses grupos, evidenciando uma relação perigosa e comprometedora. O desenrolar desse caso promete trazer à tona mais detalhes sobre as conexões entre a política e o crime organizado no Rio de Janeiro.
Fonte: © Migalhas
Comentários sobre este artigo