Em instituições privadas, a maioria trabalha para pagar o curso, sem tempo para aulas e formação cultural mínima, um luxo para jovens periféricos.
No Brasil, o tempo é um recurso valioso que deve ser utilizado de forma eficiente. Em um período de grande mudança, é fundamental que os profissionais sejam capazes de se adaptar às novas demandas do mercado. Nesse sentido, a experiência de 15 anos como professor de faculdade me permite ter uma visão clara sobre a importância do tempo em nossa sociedade.
Recentemente, protestos contra a escala 6×1 aconteceram em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, mostrando que o tempo é um privilégio que não pode ser desperdiçado. Em um momento em que a sociedade está cada vez mais consciente sobre a importância do tempo, é fundamental que os líderes sejam capazes de gerenciar esse recurso de forma eficaz. O tempo é dinheiro, e a oportunidade de fazer a diferença é agora. É hora de aproveitar o tempo para criar um futuro melhor para todos.
O Tempo como Obstáculo ao Acesso ao Ensino Superior
Nesse período, jovens periféricos que alcançaram a universidade, a maioria em instituições particulares na capital paulista e Região Metropolitana, começaram a frequentar minhas aulas. No entanto, é notável que a escala de trabalho 6×1 é uma grande dificuldade para atender ao mínimo de tempo que um curso superior exige. A falta de tempo é uma constante reclamação entre os estudantes que trabalham seis dias por semana em shoppings, redes de lanchonetes, no comércio e similares.
A vida desses jovens é gasta basicamente no seguinte: trânsito, que pode levar até quatro horas; trabalho, que geralmente dura oito horas; e faculdade, que pode levar três horas, mais ou menos de sete até dez da noite. Isso soma 15 horas por dia. Nessa conta apertadinha, sobrariam nove horas para fazer outras coisas, mas quem é do corre em São Paulo sabe que não dispõe de nove horas livres por dia. A falta de tempo é um obstáculo para o básico, como ler textos indicados pelos professores e fazer trabalhos.
O Luxo do Tempo e a Formação Cultural Mínima
A escala 6×1 é escravizante e estudar é um luxo que jovens periféricos não podem se dar. A vida é gasta em atividades que não permitem tempo para o básico, como ler um livro, ir ao cinema ou construir uma formação cultural mínima. A utopia é ter tempo para descansar corpo e mente, mas nem a formação para a qual a pessoa está se formando é plenamente possível. A falta de tempo é uma questão cruamente matemática, lógica.
O meritocrata pode dizer que é preciso estudar no dia livre, varar madrugadas, mas a realidade é que não há tempo para isso. A falta de tempo é um obstáculo para o acesso ao ensino superior e para a formação cultural mínima. É um privilégio que apenas alguns podem se dar. A oportunidade de estudar é limitada pela falta de tempo, e isso é uma questão que precisa ser abordada.
A Importância do Tempo para o Acesso ao Ensino Superior
O tempo é um recurso precioso que precisa ser gerenciado de forma eficaz para que os jovens periféricos possam acessar o ensino superior. A falta de tempo é um obstáculo que precisa ser superado para que os estudantes possam se formar e construir uma formação cultural mínima. A abolição da escala 6×1 pode ser um passo importante para melhorar o ensino superior e permitir que os professores cobrem mais de seus alunos. É um momento para refletir sobre a importância do tempo e como ele pode ser gerenciado de forma mais eficaz para que os jovens periféricos possam acessar o ensino superior.
Fonte: @ Terra
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