Haddad anunciou corte de R$ 70 bilhões até 2026. Taxas atingiram patamares históricos, afetando arcabouço fiscal, juros oferecidos e títulos públicos de renda fixa.
Após dias de expectativa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, finalmente revelou algumas medidas fiscais que visam equilibrar o Tesouro. Durante pronunciamento feito nesta quarta-feira (27), Haddad anunciou o corte de R$ 70 bilhões até 2026, dentre outras ações que buscam garantir a sustentabilidade do Tesouro.
Entre as medidas apresentadas, destaca-se a revisão das despesas públicas e a busca por fontes de receita adicionais. Além disso, o governo também pretende incentivar a participação dos investidores no Tesouro Direto, que oferece opções como o Tesouro IPCA+, Tesouro Prefixado e Tesouro Selic. Com essas ações, o governo busca garantir a estabilidade do Tesouro e promover o crescimento econômico sustentável. A gestão eficaz do Tesouro é fundamental para o futuro do país.
O Tesouro e o Mercado de Títulos Públicos
O pacote de medidas econômicas será detalhado pelo ministro nesta quinta-feira (28), às 8h. Durante o dia, os juros oferecidos pelos títulos públicos dispararam, fazendo o Tesouro IPCA+ 2029, o mais curto da modalidade, atingir o patamar histórico de IPCA + 7,05% ao ano — considerado altíssimo pelos analistas. Além disso, o Tesouro Prefixado, que já havia rompido a barreira dos 13% há dias, acelerou a alta.
O Tesouro é um investimento atraente, especialmente em momentos de incerteza econômica. A escalada dos juros nos títulos públicos reflete o descontentamento do mercado com as últimas notícias (ou ausência delas) quanto ao arcabouço fiscal. Segundo a estrategista chefe do banco Inter, Gabriela Joubert, a sessão pode não ser de mais disparadas, já que algumas incertezas foram desfeitas.
Oportunidades de Investimento no Tesouro
De qualquer maneira, enquanto tivermos esses retornos nesses patamares, sem dúvida é oportunidade para quem pode investir. Alocar parte da carteira em títulos que vão remunerar inflação mais 7%, ou até mesmo aproveitar títulos prefixados pode ser uma forma de garantir retornos bons sem grandes riscos. Mesmo o Tesouro Selic, que é bem mais conservador, não pode ser ignorado no patamar atual de juros. A renda fixa sai ganhando mais uma vez.
Ela não descarta, no entanto, que ainda haja volatilidade em momentos de incertezas pela frente. Por isso, o ideal é que o investimento em títulos públicos seja carregado até o vencimento. Entre os pontos que devem ser digeridos pelo investidor nesta quinta, está a proposta de mudar a tabela do Imposto de Renda e isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês, valor que será compensado pela cobrança maior de impostos para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês.
Impacto Fiscal e Oportunidades de Investimento
A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados. Esse números são bons para comprar? Sim! O que tem se visto nos últimos meses, de acordo com analistas, é que os títulos públicos têm oferecido taxas consideradas altas, então o retorno oferecido pelo empréstimo ao governo está maior e o lucro lá na frente pode ser muito satisfatório, na visão dos analistas.
O que não quer dizer que o investidor não deve ter cautela: com o horizonte ainda cheio de incertezas, o ideal é que haja cautela quanto prazo escolhido em qualquer uma das modalidades. Para investidores que já têm papéis negociados antes da disparada, pode ser uma má notícia se ele estiver pensando em resgatar o investimento antecipadamente. A recomendação de sempre é fazer o máximo esforço para levar o título até o vencimento. As taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles que acompanham a inflação, como o Tesouro IPCA+, o investidor pode aproveitar os juros oferecidos pelo Tesouro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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