O carro de luxo da empresa do pai tem IPVA de quase R$ 34 mil anualmente. A advogada da família cuida da compra, venda e aluguel.
Em São Paulo, o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, ficou envolvido em um acidente com o carro de luxo da Porsche do empresário Fernando Sastre Andrade Filho, 24. O veículo avaliado em R$ 1,3 milhões foi adquirido recentemente por financiamento, contrastando com a rotina diária do motorista de aplicativo que depende do seu veículo para trabalhar.
O condutor de app envolvido no incidente, Ornaldo da Silva Viana, 52, pôde sentir na prática a discrepância entre realidades ao ter seu veículo atingido pelo elegante Porsche. Situações como essa destacam as diferenças entre os trajetos diários de um motorista de plataforma e de um empresário que pode arcar com um automóvel de alto valor.
Os negócios da família e a oferta de ajuda financeira
Produzido em 2023, o veículo está em nome da empresa do pai de Fernando e foi financiado até fevereiro de 2027 em um banco privado. A instituição financeira, ao ser procurada, afirmou que não comenta casos específicos em respeito às regras de sigilo bancário. A família de Fernando Sastre, representada por sua advogada, não se pronunciou até o momento. Além do Porsche, a empresa paterna de Fernando possui outros 18 automóveis de alto padrão, como um Volkswagen T-Cross Highline, um Volkswagen Nivus Highline e uma moto BMW.
A empresa tem um capital social de R$ 100 mil. De acordo com informações da Folha, Fernando é sócio de parentes em uma empresa de administração imobiliária que possui 19 endereços em São Paulo. Ele figura como sócio minoritário da Sastre Empreendimento Imobiliário ao lado de seu pai, tio e primo. Com um capital declarado de R$ 430 mil, a empresa atua principalmente na compra, venda e aluguel de imóveis próprios, construção de edifícios e loteamentos.
A família tem uma presença sólida no ramo de materiais de construção, sendo proprietária de outros 42 imóveis na capital, interior e litoral sul de São Paulo. Em outra frente, a defesa de Fernando ofereceu ajuda financeira à família do motorista de aplicativo falecido, se comprometendo a pagar um salário mínimo por mês.
Dentro do inquérito, a defesa menciona sua disponibilidade para prestar assistência financeira, a qual foi recusada pelo advogado dos familiares da vítima. Diante das dificuldades financeiras relatadas pela família, a oferta foi reiterada, desta vez de R$ 1.412 por mês. A família de Ornaldo, por sua vez, manifestou indignação com a proposta considerada irrisória, diante do valor pago como fiança pelo causador da morte.
A defesa enfatizou a brutalidade da morte do trabalhador e o pouco que foi oferecido à família nesse momento difícil. Segundo o advogado José Luiz Sotero, a oferta de ajuda financeira não condiz com a gravidade do acontecimento e a perda enfrentada pela família. O posicionamento expressa confiança nas autoridades para representar os interesses da família e da sociedade.
Os eventos da noite do crime
Na noite do crime, Fernando Sastre frequentou dois estabelecimentos com seus amigos. Primeiramente, estiveram em um bar, onde gastaram R$ 620 em consumações. Posteriormente, dirigiram-se a uma casa de pôquer, onde Fernando saiu vitorioso com um ganho de R$ 1.000.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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