Apresentador segue internado após transplante de rim em fevereiro; equipe diz que novo órgão ainda não funciona devido à isquemia fria e insuficiência cardíaca.
O transplante de rim é um procedimento cirúrgico que consiste na substituição de um rim doente por um rim saudável de um doador compatível. Este tipo de intervenção é fundamental para pacientes que sofrem de insuficiência renal crônica e que não respondem mais aos tratamentos convencionais.
O rim transplantado é capaz de restabelecer as funções renais do paciente, permitindo uma melhor qualidade de vida e maior longevidade. Após receber um rim novo, é essencial que o paciente siga à risca as orientações médicas para garantir o sucesso do procedimento e evitar complicações no pós-operatório. É importante ressaltar que, mesmo após o transplante, o paciente deve continuar sendo acompanhado regularmente por uma equipe médica especializada no cuidado de transplantados de rim.
Transplante de Rim de Faustão: Novos Detalhes
De acordo com nota divulgada por sua equipe na quinta-feira (14), o novo rim do artista ainda não está funcionando e o apresentador precisou passar por um processo de embolização para ‘resolver questões linfáticas’ que poderiam ser responsáveis por esse atraso. Segundo Elias David Neto, nefrologista do Hospital Sírio-Libanês, um rim transplantado que veio de um doador falecido — como é o caso do transplante que Faustão foi submetido — leva, na maioria dos casos, uma média de 7 a 10 dias para começar a funcionar.
Tempo de Recuperação do Rim Transplantado
Leia Mais O que é o processo de embolização feito por Faustão? Por que Faustão teve prioridade na fila do transplante? Família explica Faustão: em quais casos o transplante de rim é indicado? ‘Quando há um transplante de coração prévio, existem outros fatores que podem fazer o rim demorar mais para funcionar e cada caso precisa ser avaliado.
No Brasil, 50% a 60% dos rins levam esse tempo médio para voltar a funcionar normalmente’, afirma David Neto.Vale lembrar que, em agosto de 2023, Faustão também passou por um transplante de coração. Naquela época, o apresentador enfrentava um quadro de insuficiência cardíaca.
O Papel da Isquemia Fria no Processo
O coordenador do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Américo Cuvello Neto, comentou em entrevista anterior à CNN que tanto o transplante de coração, quanto o quadro de insuficiência cardíaca, poderia levar a danos na função renal. Por que o rim de um doador falecido pode demorar para funcionar?
Antes de um órgão ser doado, ele é conservado em uma caixa térmica para manter a temperatura adequada, com a adição de conservantes, até ser transplantado para o doador. De acordo com Luiza Ferrari, nefrologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, esse período ‘fora do corpo’ é denominado ‘isquemia fria’ e colabora para a demora do funcionamento do órgão transplantado, principalmente quando o doador é falecido.
A Importância da Embolização no Transplante de Rim
Enquanto o novo rim não funciona, o paciente transplantado deve seguir em internação e realizando diálise até que o órgão doado funcione adequadamente. Além disso, são constantemente realizados exames laboratoriais e a medição diária do peso corporal e da quantidade de urina eliminada (diurese), segundo Ferrari.
Para receber alta, além do funcionamento adequado do rim transplantado, o paciente precisa apresentar queda do valor da creatinina em exames laboratoriais e ultrassom do novo órgão dentro da normalidade. ‘Isso pode levar, em média, de 5 a 7 dias [depois que o novo rim passa a funcionar adequadamente]’, afirma a especialista.
Detalhes da Embolização e seu Impacto
Segundo nota divulgada por sua equipe, Faustão passou, nesta semana, por um processo de embolização para resolver questões linfáticas que poderiam estar atrasando a recuperação do artista após o transplante de rim, que foi feito no dia 26 de fevereiro. A embolização é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo no qual um cateter é introduzido em um vaso sanguíneo ou linfático por meio de um acesso pela virilha ou pelo braço.
O objetivo é interromper o fluxo de sangue ou de linfa (líquido que circula no sistema linfático e que faz parte do sistema de drenagem do corpo) de um local do corpo de forma proposital. ‘Embolização nada mais é do que o ato de bloquear parcialmente ou totalmente a passagem de sangue ou de linfa dentro de uma determinada estrutura do corpo humano, como uma artéria, veia ou ducto linfático. Esse bloqueio é totalmente controlado pelo médico que faz isso, que é o radiologista intervencionista’, explica Francisco Cesar Carnevale, Chefe do Serviço de Radiologia Vascular Intervencionista do Hospital Sírio-Libanês, à CNN.
Fonte: © CNN Brasil
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