TSE preocupa-se com ausência de marco jurídico claro para responsabilizar influenciadores digitais fictícios em campanhas publicitárias no mercado global.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu um comunicado de alerta em relação à presença cada vez mais frequente de influenciadores digitais gerados por inteligência artificial (IA) durante as campanhas eleitorais, ressaltando a lacuna existente em termos legais para lidar com essas entidades virtuais. A preocupação do TSE está centrada na complexidade de atribuir responsabilidades, uma vez que tais influenciadores não se enquadram como indivíduos reais ou entidades legais.
Diante desse cenário, o Tribunal Superior Eleitoral destaca a urgência de se estabelecer diretrizes claras para regular a atuação desses influenciadores artificiais, visando garantir a transparência e a lisura do processo eleitoral. A necessidade de uma abordagem jurídica específica para lidar com essa nova realidade virtual se torna evidente, a fim de proteger a integridade e a legitimidade das eleições no país.
TSE: Desafios e Responsabilidades na Era da Inteligência Artificial
A discussão sobre o papel do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diante da influência crescente da inteligência artificial (IA) nas eleições ganhou destaque recentemente. Na semana passada, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, dialogou com membros do Comitê de Cibersegurança (CNCiber), ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sobre esse marco jurídico em evolução.
Um dos pontos centrais dessa conversa foi a necessidade de combater discursos de ódio disseminados por IAs, ao mesmo tempo em que se preserva a liberdade de expressão. Além disso, há o desafio de definir claramente quem deve ser responsabilizado por possíveis infrações eleitorais envolvendo essas tecnologias: os desenvolvedores, os patrocinadores políticos ou ambos.
A advogada Patrícia Peck, representante da sociedade civil no CNCiber, teve um papel crucial nesse debate. Em uma reunião com a ministra Cármen Lúcia, Peck enfatizou a urgência de o TSE preencher essa lacuna normativa antes das eleições de 2024. Para ela, é fundamental estabelecer responsabilidades claras no uso da IA e garantir transparência aos usuários das redes sociais.
Peck alertou para a presença cada vez mais comum de influenciadores digitais fictícios no mercado publicitário global. Segundo ela, as interações desses perfis com os eleitores devem seguir as mesmas regras das campanhas eleitorais tradicionais. O documento apresentado ao TSE destaca a importância de informar claramente aos eleitores quando estão interagindo com perfis geridos por IA, a fim de evitar confusões.
Nesse contexto, a atuação do TSE se torna crucial para garantir a integridade e a transparência do processo eleitoral. É essencial que as regras sejam claras e aplicadas de forma consistente, especialmente diante da crescente presença de influenciadores digitais fictícios. A definição de responsabilidades e a transparência nas interações online são pilares fundamentais para a democracia em um mundo cada vez mais digitalizado.
Fonte: @ JC Concursos
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