Parcela significativa de pessoas que menstruam enfrenta desafios para acessar itens de higiene básicos no país, violando direitos e enfrentando constrangimentos.
Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 23% das mulheres em situação de pobreza no Brasil enfrentam dificuldade para adquirir produtos de higiene menstrual.
Além disso, a falta de acesso a produtos de higiene menstrual é uma realidade precária para muitas mulheres devido à sua situação financeira precarizada.
Pobreza Menstrual: Um Obstáculo que Viola Direitos e Enfrenta Desigualdades
Segundo Gabriela Monteiro, oficial de participação de adolescentes do Unicef no Brasil, a pobreza menstrual é mais do que uma dificuldade financeira para comprar absorventes. Ela representa uma violação de direitos e um desafio para garantir a dignidade menstrual. A discussão sobre o tema ganhou visibilidade a partir de 2021, quando o Unicef lançou um relatório sobre as desigualdades enfrentadas por meninas e adolescentes que menstruam.
Além da precária acesso a absorventes, Monteiro destacou a importância da disponibilidade de informações adequadas, infraestrutura sanitária e um ambiente livre de constrangimentos. A falta desses elementos impacta não apenas a educação, mas também a vida social das meninas.
De acordo com a pesquisa, 77% dos adolescentes entrevistados já enfrentaram constrangimentos em espaços públicos ou na escola por estarem menstruados. Esse cenário pode levar à evasão escolar e dificultar a participação em atividades sociais e esportivas.
Gabriela Monteiro ressaltou que a pobreza menstrual é um problema complexo, atravessado por questões de classe e raça, exigindo políticas públicas abrangentes para garantir a dignidade menstrual em todo o país. A luta contra a pobreza menstrual não se resume apenas a fornecer absorventes, mas sim a promover a igualdade de acesso e a garantia dos direitos das meninas e adolescentes.
Fonte: © CNN Brasil
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