A commodity acumula perdas superiores a 30% neste ano, afetando a demanda e a oferta de aço e minério de ferro nos setores consumidores.
As ações da Vale (VALE3) e das siderúrgicas apresentam queda significativa nesta terça-feira (3), influenciadas pela desvalorização do minério de ferro no cenário global, em decorrência da deterioração das previsões para a demanda de aço na China e pela confirmação de uma oferta sazonalmente mais robusta da matéria-prima.
Esse movimento afeta diretamente o desempenho das empresas do setor, que dependem fortemente da estabilidade do mercado de siderurgia. As siderúrgicas enfrentam desafios em meio a um cenário de incertezas econômicas. A análise do mercado é crucial para entender as tendências futuras.
Desempenho das Siderúrgicas no Mercado
Por volta das 10h50, as ações da mineradora apresentavam uma queda de 2,21%, enquanto os papéis da CSN Mineração (CMIN3) recuavam em 1,05%, e os da CSN enfrentavam perdas de 2,04%. As siderúrgicas Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) também mostravam desvalorização, com quedas de 1,30% e 1,04%, respectivamente. No norte do continente asiático, conforme o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério de ferro com teor de 62% encerrou o dia com uma baixa de 3%, sendo cotado a US$ 93,30 por tonelada, voltando a níveis pressionados observados no final de 2022. Com esse desempenho, a commodity já acumula uma queda de 7% em setembro no mercado à vista, e as perdas anuais alcançam 33,6%.
Contratos e Tendências no Setor Siderúrgico
Na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), os contratos mais negociados para janeiro registraram a maior baixa em quase dois anos, com uma queda de 4,7%, atingindo 703,50 yuan (aproximadamente US$ 98,90) por tonelada. Enquanto a demanda por aço continua a apresentar poucos sinais de recuperação, a produção de aço na China enfrenta fraqueza, resultando em margens negativas nas usinas locais. Por outro lado, a oferta de minério se mantém em alta, seguindo a sazonalidade típica do segundo semestre.
Desempenho da Oferta e Demanda de Minério
Conforme informações da Mysteel, os despachos da commodity, provenientes de 19 portos brasileiros e australianos monitorados pela consultoria, aumentaram pela terceira semana consecutiva até 1º de setembro, atingindo 29 milhões de toneladas. Isso representa uma oferta adicional de 10,9% em comparação com a semana anterior. No entanto, a demanda na China, que é a maior produtora de aço e consumidora de minério do mundo, permanece fraca, influenciada pelo desempenho abaixo do esperado nos principais setores consumidores de aço, com ênfase no setor imobiliário.
Com informações da repórter Stella Fontes, do Valor PRO, serviço em tempo real do Valor Econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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