Moradores recriminam violência policial e pancadão na zona sul de São Paulo, perto do canal de concreto da corrente de água da linha Pinheiros-Vila Clara, com câmera de segurança.
A Polícia Civil conseguiu obter imagens de uma câmera de segurança que podem ajudar a esclarecer os fatos envolvendo a violência policial. Além de Marcelo Amaral, que foi jogado da ponte, outro homem foi baleado e seu paradeiro é desconhecido. A comunidade está em choque com a notícia e muitos se perguntam se o baile do próximo domingo ainda ocorrerá.
A presença constante de policiais e da imprensa no local onde o homem foi jogado da ponte tem inibido ainda mais os moradores, que preferem falar sob anonimato. A falta de segurança é um grande problema e a ação da polícia militar (PM) é questionada por muitos. A população exige respostas e quer saber o que aconteceu com o homem baleado. O agente de segurança responsável pelo caso está trabalhando para esclarecer os fatos e garantir que a justiça seja feita. A Polícia Civil está investigando a violência policial e busca respostas para as muitas perguntas que ainda permanecem sem resposta.
Reações ao Incidente com o Policial Militar
O clima entre os moradores da Vila Clara, zona sul de São Paulo, é de condenação e expectativa após um policial militar jogar um homem da ponte. A ação do agente de segurança gerou reações mistas entre os vizinhos, que variam entre a crítica à atitude do policial e a preocupação com a continuidade do baile funk na região.
Enquanto policiais civis buscavam imagens de câmeras de segurança para investigar o caso, a reportagem desceu ao córrego onde Marcelo Amaral foi jogado pelo policial militar Luan Felipe Alves Pereira. O canal é de concreto e a água que passa é rasa, não ultrapassando a altura de uma caneta. A queda de Amaral foi potencializada pela dureza do chão.
Medo de Represálias e Desconfiança
Entre os moradores e comerciantes, há um receio de represálias de forças oficiais ou não. Além disso, há uma desconfiança com a presença de repórteres e policiais investigando o caso. ‘Sabe por que o pessoal não quer falar? Sabe o que acontece quando vocês forem embora? A comunidade está revoltada com a polícia, barulho de moto, do baile’, diz o atendente de uma adega vizinha da ponte.
Ele se refere à morte de Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, que gerou passeata e queima de sete ônibus em 2020. Suspeitava-se que policiais tinham assassinado o jovem, encontrado com dois tiros na cabeça e sinais de espancamento.
Testemunhas do Incidente
Poucos vizinhos viram a cena do arremesso da ponte porque costumam se fechar em casa durante o baile. ‘Domingo não dá nem para sair na rua. Vi a cena depois, me mostraram o vídeo’, conta a cabeleireira com salão a poucos passos da ponte.
Do outro lado da rua, a funcionária não abre o bar aos domingos, quando rola o Baile do Final, ou da Final, em referência ao local do pancadão, no ponto final da linha Pinheiros-Vila Clara, na rua Padre Antônio de Gouveia, 81.
Mesmo quem abriu seus comércios, como bares e adegas, estava ocupado na hora do arremesso. Apesar da grande quantidade de pessoas no baile, em cima da ponte havia policiais e quem estava sendo abordado. Óbvio que muita gente viu, mas à distância segura. A maioria, porém, nem mora na Vila Clara.
O funcionário de um bar presenciou o tumulto e confirma que os policiais afastaram quem tentou ajudar o homem arremessado da ponte. ‘É sempre assim, além do cara que jogaram, teve um baleado. Mas não coloca meu nome não, tio, cê é louco?’
Fonte: @ Terra
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